segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Pandemia de coronavírus pode aumentar casos de síndrome do coração partido

Os sintomas da cardiomiopatia de Takotsubo são bem parecidos com os de um velho conhecido dos brasileiros: o infarto. Só que essa doença, também conhecida por síndrome do coração partido, é desencadeada quando uma pessoa passa por um estresse muito agudo. E a tensão que envolve a pandemia de Covid-19 — do medo de pegar o coronavírus até a ansiedade imposta pelas restrições — pode se encaixar aí.

É o que aponta uma pesquisa feita pela Cleveland Clinic, um conceituado centro médico acadêmico dos Estados Unidos. Segundo o estudo, que se ancorou nos dados de 258 pacientes dessa instituição, o número de casos da síndrome do coração partido saltou de 1,7% para 7,8%.

De acordo com Antonio Eduardo Pesaro, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o organismo passa a produzir mais adrenalina em situações de tensão intensa, alterando o funcionamento do coração. “Com o dano momentâneo no ventrículo esquerdo, o bombeamento de sangue para o resto do corpo fica comprometido e o órgão sofre com o acúmulo de fluidos”, explica.

Esses sinais se parecem com os de um ataque cardíaco. Os sintomas também se assemelham: falta de ar, dor no peito e arritmia, por exemplo. Mas a boa notícia é que eles são temporários e dificilmente deixam sequelas.

É importante destacar ainda que a menopausa pode aumentar o risco de as mulheres serem acometidas pela doença. Embora não haja uma explicação científica, a hipótese apontada é a de que, com a queda do hormônio feminino estrogênio, a camada interna dos vasos sanguíneos fique menos protegida.

O tratamento da síndrome do coração partido é feito com medicamentos que buscam normalizar o funcionamento do coração e colocá-lo no ritmo certo. “O uso de diuréticos para reduzir o acúmulo de líquidos no corpo e técnicas para minimizar o estresse podem ajudar na recuperação”, complementa Pesaro.

*Este conteúdo foi produzido pela Agência Einstein.

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